Descarte & Desapego
Fernanda Graeff é nossa convidada de hoje aqui no blog. Fernanda é organizadora profissional no Brasil e nós nos conectamos online e depois por email e telefone. Estamos sempre trocando idéias e conversando sobre a indústria da organização. Agradeço muito à ela por ter tirado um tempo de sua agenda sempre ocupada para compartilhar conosco suas dicas e sugestões para lidar com o desapego.
Desapegar-se ou Não Eis a Questão
Em minha experiência de organizadora residencial , a maioria das pessoas que buscaram minha ajuda, tinham em mente um grande medo que as impedia de se organizar: o descarte.
Certa vez fiquei surpresa com a reação do esposo de uma cliente ao me ver chegar – “Ah, então é ela que veio para colocar todas as minhas coisas no lixo?!” Claro que em tom de brincadeira, mas escapando um certo ar de medo.
Acredito que é um bom começo dar-se conta de que para se organizar é necessário fazer uma avaliação e descartar alguns itens. Porém nunca passamos com o ímpeto de rolo compressor sobre as memórias dos demais. Sim porque o apego aos objetos sempre está ligado às memórias do que estes objetos representam,
O principal motivo que todos se queixam é a falta de espaço, mas antes de comprar um armário maior, quem sabe devemos parar e avaliar, se não é mais viável diminuir o número de objetos para que eles fiquem acomodados devidamente no espaço que dispomos. O pai da bagunça é o acúmulo de objetos e a mãe é o apego!
Sem o acúmulo de objetos a bagunça não existiria… e sem nosso apego excessivo ela não vingaria. Se cada memória que temos em mente necessite de uma lembrança física, estamos com o destino de acumulador decretado.
Não necessitamos ficar presos ao objeto como se a lembrança daquele bom momento vivido fosse se apagar instantaneamente ao descartá-lo. Ou ainda um objeto não pode servir de âncora para que fiquemos estagnados em algum período da vida em que julgamos estar felizes. Maior que o apego ao valor monetário dos objetos identifico o apego aos sentimentos.
Uma solução para este tipo de descarte, é usar uma única caixa para o que chamo “Caixa de lembranças” em tamanho modesto, transparente e identificada, peço que meus clientes selecionem dentro as mais diversas memórias somente as que não consigam se desfazer de forma alguma (podem ser fotos, cartões, cartas e afins) e que dentro de algum tempo voltem a se sentar com esta caixa e a reduzam para um tamanho menor. Tenho tido sucesso com esta técnica. Pois de tempos em tempos sempre terminam por dar-se conta de que o que acumulava em seus armários e gavetas não fazia mais nenhum sentido para o seu momento de vida atual.
Descartar e desapegar deve ser gradual…..como quem busca um emagrecimento saudável, também é conveniente realizar por etapas. Para que ao final o resultado seja satisfatório e não retorne em proporções maiores!
Quem desapega tem MAIS:
- MAIS espaço;
- MAIS tempo livre para fazer outras coisas que eu gosto;
- MAIS qualidade de vida, porque meu foco passa a ser como eu usufruo dos meus pertences e não somente o que eu possuo.
Então vamos desapegar?
Fernanda Graeff é organizadora profissional em Porto Alegre, RS. Especializada em organização residencial, Fernanda também leciona cursos de formação para novas organizadoras e oferece treinamento para empregadas domésticas. Leia mais sobre Fernanda e seu trabalho no site de sua empresa, Armonizzare e na nossa parceria com a AFDUO através do CTPO – Centro de Treinamento do Profissional de Organização
O desapego é muito importante para uma vida mais feliz, porém não podemos nos exceder e se apegar ao desapego, que é o que muita gente acaba fazendo, como um vício